terça-feira, 30 de março de 2010

Física - Questões do Livro - Dilatação de Líquidos

Pág. 31
Legenda: 
^ = elevado à 
. = vezes

Questão 20 

(PUC) A tampa de zinco de um frasco de vidro agarrou no gargalo de rosca externa e não foi possível soltá-la.  Sendo os coeficientes de dilatação linear do zinco e do vidro respectivamente iguais a 30 . 10^–6 º e 8,5 . 10^–6 °C^-1, como proceder? Justifique sua resposta. Temos à disposição um caldeirão com água quente e outro com água gelada.

Resolução:

Coloca-se o frasco dentro do caldeirão com água quente durante um certo tempo. Como o coeficiente de dilatação linear do zinco (30 . 10^–6 ºC^–1) é maior do que o coeficiente de dilatação linear do vidro
(8,5 . 10^–6 ºC^–1) a tampa sofrerá uma dilatação maior que o frasco, ficando mais fácil soltá-la.

Questão 24

Na realização de uma experiência, foram aquecidas duas barras metálicas A e B, construindo-se o gráfico ao lado. Esse gráfico mostra a variação do comprimento L das barras em função da temperatura T. Qual a relação 
, entre o coeficiente de dilatação linear do material da barra B?



***Veja o gráfico no livro, Pág. 31 Q.24  

Resolução:



Vendo no gráfico:

Lfb = Lfa

OBS: eles se dilatam igualmete, porém, suas temperaturas são diferentes, então posso concluir que:
L0a = L0b, αa é diferente de αb e ΔA é diferente de ΔB   

L0b (1 + αb.ΔB) = L0a (1 + αa.ΔA)  ==> Como L0b = L0a podemos cortar

1 + αb.ΔB = 1 + αa.ΔA
αb.ΔB = αa.ΔA
αb.100 = αa.50

OBS²: A questão pede αa/αb.

αa.50/αb.100 ==> corta 50 com 100
αa/αb.2
αa/αb = 2    

 

***Não consegui faze as outras 2 questões 


quinta-feira, 25 de março de 2010

Foto da Semana - 4ª Semana de Março

Essa semana realmente foi cançativa, com as provas de física, geografia, texto de português, etc...
todo mundo estudando...ou pelo menos uma parte da sala xD

Tão cansativa que resolveram dormir:

Rikally até altas horas no msn

Rayane tirando um cochilo
Jozimar e sua "amiga" dormindo

 George e seu dia cançativo






Agora a melhor imagem da semana! Nós já esperávamos:

kkkkkkkkkkkkk

quarta-feira, 24 de março de 2010

2 Questões da Prova de Física.

Aqui estão 2 questões de Física que estavam na prova de hoje (24/03/10) uma data muito especial para certas pessoas...bem, eu acertei as 2 mas só conseguir fazer a conta da 1ª, na 2ª questão dei uma enrolada mas marquei a correta.

Então eu trago elas para vocês com as devidas resoluções:

(Puccamp 2000) Andrômeda é uma galáxia distante 2,3.10^6anos-luz da Via Láctea, a nossa galáxia. A luz proveniente de Andrômeda, viajando à velocidade de 3,0.10^5km/s, percorre a distância aproximada até a Terra, em km, igual a:
a) 4 . 10^15
b) 6 . 10^17
c) 2 . 10^19 (Está confirmado, ví no gabarito da PUC) X
d) 7 . 10^21
e) 9 . 10^23

^ = elevado à

Como fazia?

Vou mostrar a vocês o método que utilizei:

1 - A velocidade da luz estava em km/s,era necessário transformar para m/s depois precisava saber quantos segundos tinham em 1 ano.


3.10^5km/s x 1000 = 3.10^8km/s

2 - agora transformando para ano:

1 minuto tem 60 segundos, logo a hora é 60x60 = 3600s, o dia tem 24 horas logo o dia tem 86400s.

se o dia tem 86400s e o ano tem 365 dias, multiplicava: 86400s x 365 dias = 31536000 segundos

3 - Agora pegava esse valor e multiplicava pela velocidade da luz em km/s:

*Para facilitar na prova eu transformei em notação científica:

3.10^8 x 3,15.10^7 = 9,45.10^15 (nove virgula 45 vezes ta elevado à 15)

 4 - Agora uma regra de três simples:

1 ano-luz = 9,45.10^15m/s
2,3.10^6 anos-luz = X

X.1 = 9,45.10^15 x 2,3.10^6
X = 21,735.10^21
X = 2,1735^22 Metros


Agora transformava para KM:  2,1735.10^22 : 1000
= 2,1735.10^19  --> ainda usando a propriedade do arrendondamento: 2,1735 vira 2.

= 2.10^19




2) Em agosto de 1999, ocorreu o último eclipse solar total do século. Um estudante imaginou, então, uma forma de simular eclipses. Pensou em usar um balão esférico e opaco, de 40 m de diâmetro, que ocultaria o Sol quando seguro por uma corda a uma altura de 200 m. Faria as observações, protegendo devidamente sua vista, quando o centro do Sol e o centro do balão estivessem verticalmente colocados sobre ele, num dia de céu claro. Considere as afirmações abaixo, em relação aos possíveis resultados dessa proposta, caso as observações fossem realmente feitas, sabendo-se que a distância da Terra ao Sol é de 150*10^6 km e que o Sol tem um diâmetro de 0,75*10^6 km, aproximadamente.
I. O balão ocultaria todo o Sol: o estudante não veria diretamente nenhuma parte do Sol.
II. O balão é pequeno demais: o estudante continuaria a ver diretamente partes do Sol.
III. O céu ficaria escuro para o estudante, como se fosse noite.
Está correto apenas o que se afirma em:



a)I (Confirmei no site da FUVEST) por sinal marquei A ^^
b)II
c)III
d)I e III
e)II e III



Como fazer?


Desprezando o raio da Terra, temos, aproximadamente, o seguinte esquema:


Para o balão ocultar todo o Sol, o comprimento (x) da corda deve ser, no máximo:

Assim, temos:
I. Correta. Para qualquer comprimento da corda menor que 8 000 m o balão ocultaria todo o Sol e o estudante não veria diretamente nenhuma parte dele.
II. Incorreta. Vide I.
III. Incorreta. A distância do balão ao estudante (200 m) é muito pequena e a região de sombra não excederia o diâmetro do balão.

sábado, 20 de março de 2010

Progressão Geométrica - Resumão

PROGRESSÕES
GEOMÉTRICAS

Podemos definir progressão geométrica,  ou simplesmente P.G., como uma sucessão de números reais obtida, com exceção do primeiro, multiplicando o número anterior por uma quantidade fixa q, chamada razão.

Podemos calcular a razão da progressão, caso ela não esteja suficientemente evidente, dividindo entre si dois termos consecutivos.  Por exemplo, na sucessão (1, 2, 4, 8,...), q = 2.


 Cálculos do termo geral

Numa progressão geométrica de razão q, os termos são obtidos, por definição, a partir do primeiro, da seguinte maneira:




a1
 

a2
a3 ...

a20 ... an ...
a1 a1xq a1xq2 ...
 
a1xq19 a1xqn-1
 
...

Assim, podemos deduzir a seguinte expressão do termo
geral, também chamado enésimo termo, para qualquer progressão geométrica.




an = a1 x qn-1

Portanto, se por exemplo, a1 = 2 e q = 1/2, então:



an = 2 x (1/2)n-1


Se quisermos calcular o valor do termo para n = 5, substituindo-o na fórmula, obtemos:



a5 = 2 x (1/2)5-1 = 2 x (1/2)4
= 1/8


A semelhança entre as progressões aritméticas e as geométricas é aparentemente grande. Porém, encontramos a primeira diferença substancial no momento de sua definição. Enquanto as progressões aritméticas formam-se somando-se uma mesma quantidade de forma repetida, nas progressões geométricas os termos são gerados pela multiplicação, também repetida, por um mesmo número. As diferenças não param aí.


Observe que, quando uma progressão aritmética tem a razão positiva, isto é, r > 0, cada termo seu é maior que o anterior. Portanto, trata-se de uma progressão crescente. Ao contrário, se tivermos uma progressão aritmética com razão negativa, r < 0, seu comportamento será decrescente. Observe, também, a rapidez com que a progressão cresce ou diminui. Isto é conseqüência direta do valor absoluto da razão,
|r|
. Assim, quanto maior for r, em valor absoluto, maior será a velocidade de crescimento e vice-versa.

 Soma dos n primeiros termos de uma PG    Seja a PG (a1, a2, a3, a4, ... , an , ...) . Para o cálculo da soma dos n primeiros termos Sn, vamos considerar o que segue:
Sn = a1 + a2 + a3 + a4 + ... + an-1 + an

Multiplicando ambos os membros pela razão q vem:

Sn.q = a1 . q + a2 .q + .... + an-1 . q + an .q

Conforme a definição de PG, podemos
reescrever a expressão como:

Sn . q = a2 + a3 + ... + an + an . q


Observe que a2 + a3 + ... + an é igual a Sn - a1 . Logo, substituindo, vem:

Sn . q = Sn - a1 + an . q


Daí, simplificando convenientemente, chegaremos à seguinte fórmula da soma:





Se substituirmos an = a1 . qn-1 , obteremos uma nova apresentação para a fórmula da soma, ou seja:





Exemplo:


Calcule a soma dos 10 primeiros
termos da PG (1,2,4,8,...)

Temos:





Observe que neste caso a1 = 1.


5 - Soma dos termos de uma PG decrescente e ilimitada


Considere uma PG ILIMITADA ( infinitos termos) e decrescente. Nestas condições, podemos considerar que no limite teremos an = 0. Substituindo na fórmula anterior, encontraremos:




Exemplo:

Resolva a equação: x + x/2 + x/4 + x/8 + x/16 + ... =100

O primeiro membro é uma PG de primeiro termo x e razão 1/2. Logo, substituindo na fórmula, vem:




Dessa equação encontramos como
resposta  x = 50.



Progressão Aritmétrica - Resumão

Progressão Aritmética


Definição


É uma sequência em que cada termo, a partir do segundo. É a soma do anterior
com uma constante, denominada razão. Esta razão e representada pela letra r.



Elementos


a1 - 1o termo
an - termo genérico (ou n-ésimo termo)
r - razão
n - número de termos
Sn - soma dos termos
TM - termo médio


Fórmula do termo Geral da P.A.

an = a1 + (n-1).r



Interpolação Aritmética

Interpolar ou inserir 'k' meios aritméticos entre os termos a1 e an significa formar uma progressão aritmática de 'k + 2' termos, onde
a1 e an são extremos.





Soma dos Termos da P.A.


A soma dos termos de uma P.A. limitada (ou finita) é igual ao produto da semi-soma dos extremos pelo número de termos.




Termo Médio de uma P.A.


Consequência da Fórmula da
Soma


P.A. de número ÍMPAR de
termos Sn = TM .

Si - Sp = TM
onde: Si = a1 + a3+ a5 + ... e
Sp = a2 + a4 + a6 + ...



P.A. de número PAR de
termos: 





Representação de 3 termos na P.A.

Quando três termos desconhecidos estão em progressão aritmética, pode-se usar o seguinte artifício:

(x-r) ; x ; (x+r)









Exercícios - PROGRESSÃO ARITMÉTICA - P.A.




1-) Encontre o termo geral da P.A. (2, 7, ...).




3-) Qual é o décimo quinto termo da P.A. (4, 10, ...).




5-) Ache 0 5o termo da P.A. (a+b ; 3a-2b ; ...).



7-) Numa P.A. de razão 5, o primeiro termo é 4. Qual é a posição do termo igual a 44 ?


9-) Quantos termos tem uma P.A. finita, de razão 3, sabendo-se que o primeiro termo é -5 e o último é 16 ?



11-) Qual é o primeiro termo de uma P.A. cujo sétimo termo é 46, sendo o termo precedente 39 ?



13-) Quantos são os números naturais menores que 98 e divisíveis por 5 ?



15-) Interpole 11 meios aritméticos entre 1 e 37.



17-) Determine a média aritmética dos seis meios aritméticos que podem ser interpolados entre 10 e 500.



19-) (ITA-SP) Quantos números inteiros existem, de 1000 a 10000, que não são divisíveis nem por 5 nem por 7 ?





Questão 1
Dados: a1 = 2 ; r = 7 - 2 = 5 ; an = ? ; n = ?


Resolução:
an = a1 + (n-1).r

an = 2 + (n -1).5 ==> an = 2 + 5n - 5 ==> an = 5n - 3
Resposta: an = 5n - 3


Questão 3
Dados: a1 = 4 ; r = 10 - 4 = 6 ; an = a15 = ? ; n = 15


Resolução:
an = a1 + (n-1).r

a15 = 4 + (15 -1).6 ==> a15 = 4 + 14.6 ==> a15 = 4 + 84 ==> a15 = 88
Resposta: a15 = 88


Questão 5
Dados: a1 = a+b ; r = (3a-2b)-(a+b) ==> r = 3a-2b - a-b ==> r = 2a-3b
an = a5 = ? ; n = 5

Resolução:
an = a1 + (n-1).r

a5 = a+b + (5-1).(2a-3b) ==> a5 = a+b + 4.(2a-3b) ==> a5 = a+b +8a-12b ==> a5 = 9a - 11b
Resposta: a5 = 9a - 11b



Questão 7
Dados: a1 = 4 ; r = 5 ; an = 44 ; n = ?


Resolução:
an = a1 + (n-1).r

44 = 4 + (n-1).5 ==> 44 = 4 + 5n -5 ==> 44 -4 + 5 = 5n ==> 45 = 5n ==> 45/5 = n ==> 9 = n ou n = 9
Resposta: 9a posição


Questão 9
Dados: a1 = -5 ; r = 3 ; an = 16 ; n = ?


Resolução:
an = a1 + (n-1).r

16 = -5 + (n-1).3 ==> 16 = -5 + 3n -3 ==> 16 = 3n - 8 ==> 16 + 8 = 3n ==> 24 = 3n ==> 24/3 = n ==> 8 = n
Resposta: n = 8


Questão 12
Dados:P.A.(105,...,994); a1 = 105 ; an = 994 ; r = 7 ; n = ?


Resolução:
an = a1 + (n-1).r

994 = 105 + (n-1).7 ==> 994 = 105 + 7n - 7 ==> 994 = 105 - 7 + 7n ==> 994 = 98 + 7n ==> 994 - 98 = 7n ==>
==> 896 = 7n ==> 896/7 = n ==> 128 = n
Resposta: n = 128


Questão 14
1-) Calculamos a quantidade de números, entre 100 e 500, que são divisíveis por 8.

Dados:P.A.(104,...,496);
a1 = 104 ; an = 496 ; r = 8 ; n = ?


Resolução:
an = a1 + (n-1).r

496 = 104 + (n-1).8 ==> 496 = 104 + 8n - 8 ==> 496 = 96 + 8n ==> 496 - 96 = 8n ==> 400 = 8n ==> 400/8 = n ==> 50 = n
2-) Calculamos a quantidade de todos os números, entre 100 e 500.

Dados:P.A.(100,...,500);
a1 = 100 ; an = 500 ; r = 1 ; n = ?


Resolução:
an = a1 + (n-1).r

500 = 100 + (n-1).1 ==> 500 = 100 + n - 1 ==> 500 = 99 + n ==> 500 - 99 = n ==> 401 = n
3-) Calculamos o número de termos que não são divisíveis por 8, fazendo: n = 401 - 50 = 351
Resposta: n = 351


Questão 16
Dados:P.A.(2,...,66); a1 = 2 ; an = 66 ; r = 8 ; n = ?


Resolução:
an = a1 + (n-1).r

66 = 2 + (n-1).8 ==> 66 = 2 + 8n - 8 ==> 66 = 8n - 6 ==> 66 + 6 = 8n ==> 72 = 8n ==> 72/8 = n ==> 9 = n
Subtraímos 2 termos dos 9 termos encontrados: n = 9 - 2 = 7.

Resposta:
n = 7


Questão 18
P.A.(3,..,88)

Dados:
a1 = 3 ; r = ? ; an = a18 = 88 ; n = 18


Resolução:
an = a1 + (n-1).r

a18 = 3 + (18-1).r ==> 88 = 3 + 17.r ==> 88 - 3 = 17r ==> 85 = 17r ==> 85/17 = r ==> 5 = r

Calculamos as 16 interpolações:

a2= a1 + r ==>a2 = 3+5 = 8

a3= a2 + r ==>a3 = 8+5 = 13

a4= a3 + r ==>a4 = 13+5 =18

a5= a4 + r ==>a5 =18+5 =23

a6= a5 + r ==>a6 =23+5 =28

a7= a6 + r ==>a7 =28+5 =33

a8= a7 + r ==>a8 =33+5 =38

a9= a8 + r ==>a9 =38+5 =43

a10= a9+ r ==>a10 =43+5 =48

a11= a10+ r ==>a11 =48+5 =53

a12= a11+ r ==>a12 =53+5 =58

a13= a12+ r ==>a13 =58+5 =63

a14= a13+ r ==>a14 =63+5 =68

a15= a14+ r ==>a15 =63+5 =73

a16= a15+ r ==>a16 =73+5 =78

a17= a16+ r ==>a17 =78+5 =83


Resposta:
km 8, 13, 18, 23, 28, 33, 38, 43, 48, 53, 58, 63, 68, 73, 78, 83


Questão 20
P.A.(6530, _ , 23330)
Dados:
a1 = 6530 ; r = ? ; an = 23330 ; n = 3


Resolução:
an = a1 + (n-1).r

a3 = 6530 + (3-1).r ==> 23330 = 6530 + 2.r ==> 23330 - 6530 = 2r ==> 16800 = 2r ==> 16800/2 = r ==> 8400 = r

a2 = a1 + r ==> a2 = 6530 + 8400 ==> a2 = 14930
P.A.(6530, 14930, 23330, _ , _, _)
Dados:
a1 = 6530 ; r = 8400 ; an = a6 = ? ; n = 6


Resolução:
an = a1 + (n-1).r

a6 = 6530 + (6-1).8400 ==> a6 = 6530 + 5.8400 ==> a6 = 6530 + 42000 ==> a6 = 48530

Resposta:
a) 14930; b) 48530




Foto da Semana - 3ª Semana de Março

Quebra rotina

Eae galera, estavamos na aula de geografia, quando me deparei com uma situação: o amor rolava no ar, isso ai que você acabou de ler! estavam prestando tanta atenção na aula...

Confira:

                                                  






Acha  que ja viu demais?








sexta-feira, 19 de março de 2010

Calorimetria - O Estudo do calor

Calor

Quando são colocados em contato dois ou mais corpos que se encontram em diferentes temperaturas, observa-se que, após um certo intervalo de tempo, todos atingem uma temperatura intermediária entre as temperaturas iniciais. Durante esse processo, ocorre uma transferência de energia térmica dos corpos de maior temperatura para os de menor temperatura. Essa energia térmica em trânsito denomina-se calor.

Unidades de Quantidade de Calor

Caloria (cal) é a quantidade de calor necessária para aumentar a temperatura de 1g de água de 14,5°C a 15,5°C,sob pressão normal.

No SI, a unidade de quantidade de calor é o joule (J)

A relação entre a caloria e o joule é:

1cal = 4,186J

Calor sensível – É a quantidade de calor recebida ou cedida por um corpo ao sofrer uma variação de temperatura, sem que haja mudança de fase.

Calor latente – Se ao receber ou ceder calor o corpo sofrer apenas uma mudança de fase, sem haver variação de temperatura (permanece constante), o calor é chamado latente.

Calor Específico – É a quantidade de calor, característica de cada substância, necessária para que 1g de substância sofra variação de temperatura de 1°C.

O calor especifico do ferro é aproximadamente 0,11cal/g.°C, isto é, 1g de ferro necessita de 0,11cal para elevar sua temperatura de 1°C.

O calor específico de uma substância varia com a temperatura, aumentado quando esta aumenta. Entretanto, consideraremos, para simplificar, que o calor especifico não varia com a temperatura.

Capacidade térmica – É o quociente entre a quantidade Q de calor recebida ou cedida por um corpo e a correspondente variação de temperatura




Como a capacidade térmica da água é muito grande, as águas dos mares e dos rios funcionam como reguladoras de temperaturas em locais próximos a eles. A explicação é a seguinte: durante o dia, a água absorve grande quantidade de calor sem se aquecer muito e, durante a noite, libera muito calor sem se esfriar muito.

Com a areia da praia ocorre o oposto: a capacidade térmica da areia é pequena e faz que, durante o dia, ela se aqueça rapidamente e, durante a noite, esfrie-se facilmente.


quarta-feira, 17 de março de 2010

Geografia - Capítulo 6 - O Território Brasileiro em construção


Brasil: O país dos contrastes

Dizer que o Brasil é um país de contrastes pode parecer um lugar-comum, os dados da realidade entretanto não nos deixam dúvidas. Até 1999 fomos a 8ª economia do mundo, em 2000 a 9ª, hoje somos a 10ª economia do mundo e o maior e mais rico país da América Latina. Ocupamos entretanto a 73ª posição entre os 173 países classificados no Relatório do Desenvolvimento Humano elaborado pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), para avaliar a expectativa de vida da população e os indicadores de educação, saúde e renda. Somos mais de 170 milhões de habitantes, sendo que 49,6 milhões de brasileiros vivem na miséria, com uma renda mensal inferior a R$ 79,00.

O Brasil investe 4,6% do PIB (Produto Interno Bruto) em educação. Índice igual ao da Inglaterra e pouco menor do que o dos Estados Unidos e o da Itália, que investem 4,8%. A maior parte desses recursos é destinada ao ensino fundamental.

Como resultado destes investimentos, a educação brasileira tem apresentado melhoras, notadamente no que se refere ao aumento de matrículas e à diminuição da repetência e da evasão escolar. Contudo, apesar do reconhecido esforço governamental da última década, ainda contamos com 13,6% de adultos "analfabetos literais" e 29% de "analfabetos funcionais"; 780 mil professores das escolas de primeiro grau (56%) que não passaram pela universidade, e 124 mil (9%) que não concluíram sequer o segundo grau.

Nossa população economicamente ativa tem pouco mais de 5 anos de escolaridade, um índice incompatível com nossa posição geo-econômica.Se quisermos diminuir os contrastes e desigualdades econômico-sociais, tornando a nossa sociedade mais desenvolvida, justa e democrática, temos que investir maciçamente em educação. A educação já movimenta 90 bilhões de reais por ano no Brasil e deve ser o setor que mais crescerá no mundo nas próximas décadas.

Sem dúvida nenhuma, no caso brasileiro, escolarizar é, mais que em qualquer outro país, levar as pessoas a ler. Pois é na escola que, além de se aprender a ler – supostamente – se adquire gosto pela leitura, cuja prática leva ao saudável hábito de ler. Ninguém questiona a importância do livro para a emancipação cultural, política e econômica do povo brasileiro. Deste modo, diante dos dados relativos ao país e à nossa educação e escolaridade combinados com os que se referem ao livro e à leitura, o que ressalta é o enorme potencial para o crescimento da indústria editorial de livros no Brasil.

A visão desta oportunidade vem se confirmando a cada dia com a chegada de empresas internacionais da área. Os setores de livros educativos e de livros técnico-universitários são os mais visados. Os livros didáticos para o ensino fundamental, além do mercado cativo de cerca de 33 milhões de alunos, tem nos programas governamentais um enorme atrativo. Só no período de julho de 2001 a junho de 2002 os programas governamentais de livros escolares adquiriram mais de 170 milhões de exemplares à iniciativa privada.

No ensino superior e no treinamento corporativo, já se iniciou uma evolução que antecipa uma visão do futuro. Refiro-me às formas eletrônicas de transmissão de conteúdo como e-book, e-print, e-learning, etc...

Há contrastes também no mercado editorial. Ao lado do uso das mais modernas tecnologias para tratamento e transmissão dos conteúdos, assim como para a confecção dos livros e sua apresentação, lutamos com uma distribuição de livros assistemática, irregular e de difícil solução em um país das dimensões do nosso. Ao lado de programas de incentivo à leitura, o país necessita de redes de bibliotecas públicas e escolares, de mais livrarias e de outros canais de distribuição.

Não há dúvidas que o negócio do livro no Brasil é desafiante, difícil e maravilhoso diante da formidável tarefa que se nos impõe.

A conquista e preservação de um mercado mais amplo para o livro não é tarefa apenas para editores e livreiros, passa sem dúvida pela melhoria das condições de renda da população, maior inclusão social e maior adesão à educação.

O Território Brasileiro e sua extensão

O território do Brasil ocupa uma área de 8 514 876 Km2. Devido à extensão territorial o Brasil é considerado um país continental por ocupar grande parte do continente da América do Sul, o país se encontra em quinto lugar em tamanho de território.

A população brasileira está irregularmente distribuída, pois grande parte da população habita em região litorânea do território, onde se encontram as maiores cidades do país. Isso nada mais é do que herança histórica, a forma com que o Brasil foi povoado, os primeiros núcleos urbanos surgiram no litoral.

Até o século XVI o Brasil possuía apenas a área estabelecida pelo Tratado de Tordesilhas, assinado em 1494 por Portugal e Espanha, tratado que dividia as terras da América do Sul entre Portugal e Espanha.

Os principais acontecimentos históricos que contribuíram para o povoamento do país foram:

No século XVI: A ocupação se limitava ao litoral, a principal atividade econômica desse período foi o cultivo de cana para produzir o açúcar, produto muito apreciado na Europa, a produção era destinada a exportação. As propriedades rurais eram grandes extensões de terra que era cultivada com força de trabalho escrava. O crescimento da exportação urbanizou o litoral com os primeiros centros urbanos, as cidades portuárias.

Século XVII e XVIII: Foi marcado pela produção pastoril que adentrou a oeste do país, e também, descoberta de jazidas de ouro e diamante nos estados de Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso, esse período foi chamado de aurífero, no qual fez surgir várias cidades.

Século XIX: No século XIX a atividade que contribuiu para o processo de urbanização foi a produção de café, principalmente nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, essa atividade contribuiu para o surgimento de várias cidades.

Dados sobre o Brasil:



O Brasil ocupa o quinto lugar em extensão territorial com 9.372,614 km2, sendo superado respectivamente por Rússia, 17.075,400 km2; Canadá, 9.970,610 km2; China, 9.572,900 km2. São poucos os países que possuem territórios de grandes extensões, como é o caso do Brasil, que tem características continentais propiciando o desenvolvimento de uma grande variedade de paisagens, climas, relevos, além dos cinco fusos presentes no território.

O território brasileiro é pouco menor que toda a Europa, a diferença é que o continente Europeu possui 48 países com uma área de cerca de 10.360,000 km. Cada nação possui uma configuração diferente, cada território é determinado por acontecimentos históricos como colonização, independência, lutas religiosas, étnicas entre outras.

Um território organizado politicamente não se limita apenas à parte física (superfície terrestre), ele também abrange uma grande faixa oceânica em toda costa de seu domínio. O território é palco das relações políticas, administrativas, comerciais, que valorizam sua identidade nacional, como a moeda, língua, hino nacional e sua cultura como um todo.

Visualizando um território através de um mapa é possível notar o contorno de cada país, que é definido a partir dos limites territoriais, quando começa um e termina o outro (fronteiras entre países). A grande maioria dos limites territoriais é proveniente, em geral, por meio de acordos e tratados, muitos outros através de conflitos, dessa forma podemos afirmar que os territórios podem ser concebidos de maneira pacífica ou conflituosa.

Existem dois tipos de fronteiras, a artificial que corresponde à construção de um marco que determina os limites entre um território e outro e as fronteiras naturais, o limite dessas é determinado por um elemento da natureza como um rio, montanha etc.

Os territórios podem variar também conforme suas características geográficas, podendo ser contínuo ou descontínuo, o primeiro corresponde a um território que não é fragmentado quanto à superfície terrestre, o descontínuo se refere a territórios fragmentados como, por exemplo, os Estados Unidos que possui parte de suas terras distantes, a Dinamarca possui terras na Groenlândia que são isoladas do restante do país.

Caracterização Política-administrativa do Brasil

 Divisão política atual:


A divisão política e administrativa do Brasil nem sempre foi a mesma. Do século XVI ao século XX, o país teve diversos arcabouços político-administrativos, a saber: as donatarias, as capitanias hereditárias, as Províncias e finalmente os Estados, os Distritos e os municípios.
Abaixo estão resumidos , por período, as transformações na divisão político-administrativa brasileira.



A seguir é apresentada a atual divisão político-administrativa do país.

Distrito Federal
é a unidade onde tem sede o Governo Federal, com seus poderes: Judiciário, Legislativo e Executivo;

Estados
em número de 26, constituem as unidades de maior hierarquia dentro da organização político-administrativa do País. A localidade que abriga a sede do governo denomina-se Capital;

Municípios

os municípios constituem as unidades de menor hierarquia dentro da organização político-administrativa do Brasil. A localidade onde está sediada a Prefeitura Municipal tem a categoria de cidade;

Distritos
são unidades administrativas dos municípios. A localidade onde está sediada a autoridade distrital, excluídos os distritos das sedes municipais, tem a categoria de Vila.

Divisão Regional - O IBGE elabora divisões regionais do território brasileiro, com a finalidade básica de viabilizar a agregação e a divulgação de dados estatísticos.

Em consequência das transformações havidas no espaço brasileiro, no decorrer das décadas de 50 e 60, uma nova divisão em macrorregiões foi elaborada em 1970, definindo as Regiões: Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste, que permanecem em vigor até o momento.

O desenvolvimento da economia e do bem-estar social, a preservação ambiental, a exploração de recursos minerais, a extração do petróleo, entre outras, são necessidades que freqüentemente levam à realização de estudos, à instituição de planos de desenvolvimento e à criação de organismos que os promovam e executem. Com base na atualidade desta questão, concluiu-se por agrupar os municípios segundo áreas de interesse específico, as quais são as seguintes:

Amazônia Legal -
Abrange todos os Estados da Região Norte e mais os Estados de Mato Grosso, Maranhão (parte oeste do meridiano 44º) e Goiás(parte norte do paralelo 13º). A Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM), com sede em Belém-PA, tem como objetivo principal planejar, promover a execução e controlar a ação federal na Amazônia.

761 municípios

Faixa de Fronteira -
É a faixa de 150 km de largura paralela à linha divisória terrestre do território nacional, considerada como área indispensável à segurança nacional, que está sujeita a critérios e condições de utilização específicos.

569 municípios

Zona Costeira - É referenciada por uma faixa terrestre de 20 km de largura e uma faixa marítima de 6 milhas, contadas sobre uma perpendicular a partir da linha de costa, conforme estabelecido pelo Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro (PNGC). Este plano estabelece as diretrizes para que os Estados e Municípios costeiros desenvolverem suas políticas, planos e programas de gerenciamento.

478 municípios

Regiões Metropolitanas - São constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, instituídas por legislação estadual, com vistas ao planejamento e execução de funções públicas e de interesse comum. As Regiões Metropolitanas definidas, até o presente (abril de 1999), são em número de 17: Belém, Fortaleza, Natal, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Riode Janeiro, São Paulo, Baixada Santista, Curitiba, Londrina, Maringá, Norte-Nordeste Catarinense, Vale do Itajaí, Florianópolis e Porto Alegre.

187 municípios (em 31.08.1997)

Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal: Instituida por legislação federal, com o objetivo de articular a ação administrativa da União, dos Estados de Goiás e Minas Gerais e do Distrito Federal.

Esta região é formada por municípios limítrofes, situados no entorno do Distrito Federal.

Aglomerações Urbanas: São constituídas por municípios limítrofes, instituidas por legislação estadual, com o objetivo de integrar a organização e o planejamento de interesse comum.

Estão definidas por legislação complementar as aglomerações de Pelotas e do Nordeste ambas no Rio Grande do Sul.

Royalties de Petróleo -
É a compensação financeira a ser paga pelas empresas de petróleo a estados e municípios que sofram os efeitos das atividades de extração de óleo ou xisto betuminoso e do gás natural de poços localizados no Território Nacional. O IBGE, desde 1986, identifica e classifica as unidades territoriais beneficiadas com relação a produção marítima de petróleo e gás natural.

775 municípios ( 1º. Semestre de 1997)

Área de Atuação da SUDENE - Compreende toda região Nordeste e mais os municípios do Estado de Minas Gerais localizados dentro do Polígono das Secas. A Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE), com sede em Recife-PE, tem como objetivo principal promover o desenvolvimento dos municípios desta área.

1.877 municípios

Fonte: IBGE.

Sistema político brasileiro:

Congresso nacional

Dados básicos:

ESTADO: é uma comunidade organizada politicamente, ocupando um território definido, normalmente sob Constituição) e dirigida por um governo; também possuindo soberania reconhecida internamente e por outros países.  
PAÍS: Um país é um território social, politica, cultural e geograficamente delimitado.
NAÇÃO:
Conjunto dos indivíduos, geralmente da mesma raça, que habitam o mesmo território, falam a mesma língua, têm os mesmos costumes e obedecem à mesma lei (sentido restrito).


Participar do processo político e poder eleger seus representantes é um direito de todo cidadão brasileiro. No entanto, a grande maioria da população vota em seus candidatos sem a mínima noção de como funciona o sistema político em questão. Como sabemos, o Brasil é uma república federativa presidencialista. República, porque o Chefe de Estado é eletivo e temporário; federativa, pois os Estados são dotados de autonomia política; presidencialista, porque ambas as funções de Chefe de Governo e Chefe de Estado são exercidas pelo presidente.

O Poder de Estado é dividido entre órgãos políticos distintos. A teoria dos três poderes foi desenvolvida por Charles de Montesquieu em seu livro “O Espírito das Leis” (1748). Baseado na afirmação de que “só o poder freia o poder”, o mesmo afirmava que para não haver abusos, era necessário, por meios legais, dividir o Poder de Estado em Executivo, Legislativo e Judiciário. No Brasil, esses são exercidos respectivamente, pelo presidente da república, Congresso Nacional e pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O Executivo possui a função de fazer as leis funcionarem. O presidente pode votar ou sancionar leis criadas pelo Legislativo, editar medidas provisórias, etc. O Legislativo é responsável por idealizar as leis e julgar as propostas do presidente. O parlamento brasileiro é bicameral, ou seja, é composto por duas “casas”: a Câmara dos Deputados e o Senado. Qualquer projeto de lei deve primeiramente passar pela Câmara e depois, se aprovado, pelo Senado. O Poder Judiciário deve interpretar as leis e fiscalizar o seu cumprimento. O mesmo é composto por 11 juízes, escolhidos pelo presidente e aprovados pelo Senado.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Bactérias


BACTÉRIAS

  • Os procariotos são os menores organismos e os mais simples estruturalmente. Em termos evolutivos, eles são também os mais antigos organismos da Terra (foram encontrados fósseis de cerca de 3,5 bilhões de anos). E, consistem de duas linhagens distintas: Bacteria (ou eubactéria) e Archea.




EUBACTÉRIAS
ARQUEOBACTÉRIAS
- Maior grupo
- Menor grupo
- Inclue todos os procariotos de importância na medicina
- Até agora não se conhece nenhuma espécie de importância na medicina
- Habitam o solo, superfície das águas e tecidos de outros organismos (vivos ou em decomposição). Pequeno número de espécies que habitam ambientes de condições extremas.
- Alta proporção habita ambientes em condições extremas: halófilas (Mar Morto), termoacidófilas (60 a 80ºC, sulfobactérias) e metanogênicas (pântanos, interior do tubo digestivo de insetos (cupins) e herbívoros)
- Algumas espécies são fotossintéticas
- Nenhuma espécie fotossintética
- Nenhuma espécie produz metano
- Todas as espécies são produtoras de metano por redução do CO2.


  • Os procariotos não possuem núcleo organizado nem organelas celulares envoltas por membranas. A maior parte de seu material genético está incorporada em uma única molécula circular de DNA de fita dupla, freqüentemente, fragmentos adicionas de DNA circular, conhecidos como plasmídeos, também estão presentes.


 Figura 01: Estrutura bacteriana.


  • No citoplasma, além de sais minerais, aminoácidos, pequenas moléculas, proteínas, açúcares ainda são encontradas partículas de ribossomos, grânulos de material de reserva (amido, glicogênio, lipídeos ou fosfatos).

  • Exceto os micoplasmas, todos os procariotos têm paredes celulares rígidas. Nas Bacteria, esta parede celular é composta principalmente de peptidioglicanos. As bactérias Gram-negativas, com parede celular que não fixa o corante cristal-violeta. Possuem uma camada externa de lipopolissacarídeos e proteínas, sobre a camada de peptideoglicano, denominada cápsula, encontrada principalmente nas bactérias patogênicas, protegendo-as contra a fagocitose.
.Figura 02: Paredes celulares bacterianas


  • As células procarióticas não apresentam vacúolos, porém podem acumular substâncias de reserva sob a forma de grânulos constituídos de polímeros insolúveis. São comuns polímeros de glicose (amido e glicogênio), ácido -hidroxibutírico e fosfato.

Figura 03: Grânulos de reserva.


  • As células de procariotos podem ter forma de esfera (coco), de bastão (bacilos) ou de espiral (espirila). Todos os procariotos são unicelulares, mas se a célula não se separa completamente após a divisão celular, as células filhas ficam grudadas em grupos finos, filamentos ou massas sólidas.

Figura 04: Morfologias da célula bacteriana.


  • As células bacterianas são pequenas e medidas em micrômetros (µm), 1µm equivale 0,001mm. A menor bactéria tem 0,2 µm (Chlamydia), há células de Spirochaeta com 250 µm de comprimento. A maior bactéria conhecida é a Epulopiscium fishelsoni que foi encontrada no Mar Vermelho e na costa da Austrália no intestino de um peixe com mais de 600 µm de comprimento. Na maioria das vezes o tamanho médio de uma bactéria é de 1-10 µm.

  • Muitos procariotos possuem um flagelo e, portanto, são móveis; a rotação do flagelo movimenta as células através do meio. As bactérias que apresentam um único flagelo são denominadas monotríquias e bactérias com inúmeros flagelos são denominadas peritríquias.
Figura 05: Flagelos bacterianos


  • Procariotos podem ainda possuir fímbrias ou pili. As fímbrias ou pili são estruturas curtas e finas que muitas bactérias gram-negativas apresentam em sua superfície, estão relacionadas com a capacidade de adesão. Há a fímbria sexual, necessária para que bactéria possa transferir material genético no processo denominado conjugação.

Figura 06: Micrografia de fímbrias ou pili.


  • Certas espécies de bactérias tem a capacidade de formar endósporos, altamente resistentes ao calor, dessecação e outros agentes físicos e químicos, capaz de permanecer em estado latente por longos períodos e de germinar dando início a nova célula vegetativa. Isso permitem que a célula sobreviva em condições desfavoráveis.

Figura 07: Seqüência de micrografias mostrando a formação de um endosporo.


  • Muitos procariotos se reproduzem assexuadamente por simples divisão, também denominada fissão binária, onde uma célula, divide-se ao meio, dando origem a duas células-filhas iguais.

  • Porém existem também formas de reprodução sexuada:

1. Na conjugação bacteriana, duas bactérias unem-se temporariamente através de uma ponte citoplasmática. Uma das células, denominada doadora, duplica parte do cromossomo e passa para outra célula, denominada receptora, unindo-se ao cromossomo dessa célula. A célula ficará com constituição genética diferente daquela das duas células iniciais.
2. A transdução acontece através da contaminação de uma bactéria por algum vírus. Este pode incorporar ao seu DNA partes do DNA da bactéria e quando infectar outra bactéria e esta sobreviver a contaminação apresentará novas características.
3. A transformação ocorre quando uma bactéria incorpora moléculas de DNA existentes em seu meio e esta passa a ter novas características.

  • Mutações combinadas com o curto tempo de geração dos procariotos são responsáveis por sua extraordinária adaptabilidade. Adaptabilidade adicional é conferida pelas recombinações genéticas que ocorrem como resultado das formas de reprodução sexuada.

Nutrição

Sua estrutura é formada por diferentes macromoléculas. Todos os tipos de células são constituídos de cerca de 70% de água. Devido à presença da parede celular rígida que envolve toda a membrana celular, as bactérias se nutrem apenas de material em solução (TRABULSI, 1999).
Para a construção novos componentes celulares ou para a obtenção de energia são utilizadas substâncias chamadas nutrientes, que são divididos em macronutrientes e micronutrientes. Os macronutrientes são necessários em grandes quantidades por serem os principais constituintes dos compostos orgânicos celulares e também são utilizados como combustível. São formados por C, O, H, N e S e totalizam cerca de 90% da composição celular. Os outros 10% são os micronutrientes como o K, Ca, Fe, Mn, etc
As bactérias podem ser autótrofas, capazes de produzir seu próprio alimento, ou heterótrofas, quando se alimentam de uma fonte externa.
As bactérias autótrofas podem ser fotossintetizantes (realizam fotossíntese utilizando a energia luminosa) ou quimiossintetizantes (aquelas que utilizam a energia liberada em reações de oxi-redução, para produzir seu alimento).
As bactérias heterótrofas podem se alimentar de matéria orgânica morta (saprófitos) ou de animais e plantas (patogênicas) (TRABULSI, 1999).

Bactérias e doenças

As maiorias das doenças causadas por bactérias são transmitidas através de alimentos ou água contaminadas por bactérias (cólera, febre tifóide), mas podem ocorrer casos de transmissão pelo ar (pneumonia, tuberculose).
O causador da sífilis é uma bactéria espiralada, Treponema pallidum. A umidade contínua é essencial à sobrevivência das bactérias, por isso elas se propagam principalmente pelos fluidos do corpo. Fora do corpo, em lugar úmido e escuro, vivem no máximo duas horas.
A tuberculose é transmitida pelas bactérias Mycobacterium tuberculosis e M. bovis. Sua presença é maior nas cidades, devido à aglomeração humana em más condições de higiene, habitação e saúde. A tuberculose é uma infecção comum na infância. Pode ocorrer transmissão pelo leite de vaca (contaminado por M. bovis) e pelo contato com alguma pessoa infectada.
A coqueluche é uma infecção bacteriana provocada pelo Bordetella pertussis. É transmitida através de gotículas eliminadas pela fala, tosse e espirro dos doentes.

Importância ecológica e econômica das bactérias

As bactérias são decompositores após morrerem, animais, plantas e outros seres estes são decompostos por fungos e bactérias. Não só o corpo sem vida pode ser decomposto, mas também dejetos e secreções como urina, fezes são processados por bactérias. Estes organismos degradam a matéria orgânica sem vida em moléculas simples que são liberadas no ambiente e podem ser novamente utilizadas por outros seres (TRABULSI, 1999).

Bactérias e biotecnologia

A indústria de laticínios utiliza as bactérias Lactobacillus e Streptococcus para a produção de queijos, iogurtes e requeijão. Na fabricação de vinagre são usadas bactérias do gênero Acetobacter que transformam o etanol do vinho em ácido acético. Bactérias do gênero Corynebacterium são utilizadas na produção do ácido glutâmico, substância utilizada em temperos para acentuar o sabor dos alimentos.
As bactérias são utilizadas para a produção de antibióticos e vitaminas. O antibiótico neomicina é produzido por células do gênero Streptomyces. A indústria química utiliza bactérias para produzir substâncias como o metanol, butanol, acetona. A tecnologia do DNA recombinante, também denominada "Engenharia Genética", tem permitido alterar geneticamente certas bactérias produzindo substâncias economicamente interessantes, como insulina humana produzida por estes organismos procariontes geneticamente modificados.
As bactérias podem decompor aeróbia ou anaerobiamente matéria orgânica. Quando em um lago ou rio existe uma grande quantidade de substâncias orgânicas, como esgoto e não há suficiente oxigenação desta massa de água, acontece a decomposição anaeróbia ou putrefação. Pode-se promover a decomposição aeróbia de matéria orgânica em estações de tratamento de esgoto, produzindo aeração do esgoto, aumentando a quantidade de oxigênio dissolvido na água, assim entram em ação as bactérias aeróbias que causam o processo de biodegradação do esgoto, sistema conhecido como "lodo ativado". As bactérias anaeróbias metanogênicas também podem ser utilizadas para a biodigestão de matéria orgânica de esgotos e lixo doméstico em tanques chamados biodigestores.

Bactérias e o ciclo do nitrogênio

Muitas moléculas importantes e indispensáveis aos seres vivos possuem o elemento nitrogênio. A captação do nitrogênio e a sua incorporação à cadeia alimentar é feita pelas bactérias do solo e pelas cianobactérias. Estes organismos são os fixadores de nitrogênio. Tais microorganismos procariontes absorvem o N2 que passa a fazer parte de substâncias orgânicas de suas células. Quando morrem, estas bactérias liberam nitrogênio ao ambiente sob a forma de amônia (NH3). A amônia pode ser utilizada pelas plantas, ou pode ser processada por outras bactérias do solo, as bactérias nitrificantes. Estas liberam ao solo nitratos (NO3-) como produto de sua atividade metabólica.
Os nitratos são a forma de nitrogênio que melhor as plantas podem assimilar. As bactérias do gênero Rhizobium são fixadoras de nitrogênio e se associam a vegetais da família das leguminosas (feijão, soja). Estas bactérias vivem em simbiose com as leguminosas, estas formam nódulos nas suas raízes, onde dentro vivem as bactérias, que absorvem o nitrogênio do ar e com este sintetizam substâncias nitrogenadas, também utilizadas pela planta hospedeira. Em contrapartida, a leguminosa fornece açúcares e outros compostos orgânicos às bactérias de seus nódulos.

Figura 08: Nódulos formados em leguminosas.

Bactérias de interesse industrial


  • Pseudomonodaceae aeruginosa: tem um papel importante no ciclo do nitrogênio.

  • Pseudomonodaceae putida e P. fluorescens: oxidam uma grande variedade de compostos orgânicos.

  • Xanthomonas campestris: secretam polissacarídeos resistentes à ação enzimática.

  • Azotobacter: fixa N2 não simbioticamente, cresce numa variedade de carboidratos, álcoois e ácidos orgânicos.

  • Nocardia, Micobacterium, Corynebacterium: sintetizam gorduras.

  • Propionibacterium freudenreichii: é utilizada na produção de vitamina B12, e ácido propiônico.

  • Ralstonia eutropha: é utilizada na sintese de polihidroxialcanoatos.

  • Bacillus thuringiensis israelensis: é utilizada na produção de bioinseticida.

  • Leuconoctoc mesenteroides, Lactobacillus brevis, Lactobacillus plantarum: responsáveis pela fermentação do chucrute, picles e azeitonas.

Referências Bibliográficas

BORZANI, Walter et al. Biotecnologia industrial. São Paulo, Edgard Blücher LTDA, v.1, 2001.
, acesso em 04 de julho de 2004.
TRABULSI, Luiz Rachid et al. Microbiologia. 3.ed. São Paulo: Atheneu, 1999.