quarta-feira, 3 de março de 2010

Física - Dilatação dos corpos

Dilatação Linear

É aquela na qual predomina a variação em uma única dimensão, ou seja, no comprimento, largura ou altura do corpo.

Para estudarmos este tipo de dilatação, imagine uma barra metálica de comprimento inicial L0 e temperatura θ0.

— Se aquecermos esta barra até que a mesma sofra um variação de temperatura Δθ, notaremos que seu comprimento passa ser igual a L (conforme a figura abaixo).




Podemos dizer matematicamente que a dilatação é:


— Mas se aumentarmos o aquecimento, de forma a dobrar a variação de temperatura, ou seja, 2Δθ, então observaremos que a dilatação será o dobro (2 ΔL).

Podemos concluir que a dilatação é diretamente proporcional a variação de temperatura.

— Imagine duas barras do mesmo material, mas de comprimentos diferentes. Quando aquecemos estas barras notaremos que a maior dilatará mais que menor.

Podemos concluir que a dilatação é diretamente proporcional ao comprimento inicial das barras.

— Quando aquecemos igualmente duas barras de mesmo comprimento, mas de materiais diferentes, notaremos que a dilatação será diferentes nas barras.

Podemos concluir que a dilatação depende do material (substância) da barra.

Dos itens anteriores podemos escrever que a dilatação linear é:


Onde:
L0 = comprimento inicial.
L = comprimento final.
ΔL = dilatação (DL > 0) ou contração (DL < 0)
Δθ = θ0 - θ(variação da temperatura)
α = é uma constante de proporcionalidade característica do material que constitui a barra, denominada coeficiente de dilatação térmica linear.

Das equações I e II, teremos:
(I) ΔL = L0 - L  
(II) ΔL = α L0 - Δθ


A equação do comprimento final L = L0 (1 + α . Δθ), corresponde a uma equação de 1º grau e, portanto o seu gráfico será uma reta inclinada, onde: L = f (θ)  L = L0 (1 + α . Δθ).




Obs:

Todos os coeficientes de dilatação, sejam α,
β
ou γ, têm como unidade: (temperatura)-1 == ºC-1

Dilatação Superficial

É aquela em que predomina a variação em duas dimensões,
ou seja, a variação da área do corpo.


Para estudarmos este tipo de dilatação, podemos imaginar uma
placa metálica de área inicial S0
e temperatura inicial θ0.
Se a aquecermos até a temperatura final θ,
sua área passará a ter um valor final igual a S.





A dilatação superficial ocorre de forma análoga ao da
dilatação linear; portanto podemos obter as seguintes equações:



ΔS = S – S0

ΔS = S0 . β . Δθ

S = S0 (1 + β .Δθ)
Onde:


S = área da superfície final

S0 = área da superfície inicial

Δθ = θ – θ0 =
variação da temperatura

β = 2α
= coeficiente de dilatação superficial

Obs:


Todos os coeficientes de dilatação, sejam α,
β
ou γ,
têm como unidade: (temperatura)-1  == ºC-1


Dilatação Volumétrica
É aquela em que predomina a variação em três dimensões,
ou seja, a variação do volume do corpo.


Para estudarmos este tipo de dilatação podemos imaginar um cubo
metálico de volume inicial V0 e temperatura inicial θ0.
Se o aquecermos até a temperatura final, seu volume passará a
ter um valor final igual a V.


A dilatação volumétrica ocorreu de forma análoga
ao da dilatação linear; portanto podemos obter as seguintes equações:


ΔV = V – V0

ΔV = V0 . γ. Δθ

V = V0 (1 + γ . Δθ)
Onde:


V = volume final

V0 = volume inicial

Δθ = θ – θ0
= variação da temperatura

γ = 3α
= coeficiente de dilatação volumétrico

Obs:


Todos os coeficientes de dilatação, sejam α, β ou γ, têm como unidade: (temperatura)-1 == ºC-1

Dilatação dos Líquidos
 
Para líquidos, não tem sentido falar em coeficiente de dilatação
linear ou superficial, já que eles não possuem forma própria.
Só existe o coeficiente de dilatação volumétrica.


Suponhamos que se queira medir o coeficiente de dilatação real (βreal)
de um determinado líquido. Para isso enche-se completamente um recipiente
com o líquido, à temperatura inicial θ0.


O volume inicial da proveta e do líquido é V0.
Ao se aquecer o conjunto até a temperatura final θ, a proveta
adquire o volume V e o líquido transborda, porque o
coeficiente de dilatação do líquido é maior que
o da proveta. O volume de líquido transbordado chama-se dilatação
aparente do líquido
(ΔVAp).





A dilatação real (total) do líquido (ΔVreal)
é a soma do volume de líquido transbordado (dilatação
aparente ΔVap
) com a dilatação do recipiente (ΔVrec),ou seja



ΔVreal = ΔVap + ΔVrec
(I)

Assim, por exemplo, se o recipiente aumentou seu volume em 1 cm3
(ΔVrec = 2 cm3) e o líquido transbordou 3 cm3 (ΔVap = 3 cm3), concluímos que a dilatação real do líquido
foi > ΔVreal = 3 + 2 = 5 cm3.


A dilatação aparente (ΔVap)
e a dilatação do recipiente (ΔVreal)
são dilatações volumétricas.




ΔVap = V0 . γap . Δq
(II)

ΔVrec = V0 . γrec . Δq
(III)






Mas a dilatação
real do líquido vale: 
ΔVreal = V0 . γreal . Δq (IV)


Substituindo as equações
II, III e IV na equação I, temos:


  γreal = γap + γrec


Portanto, o coeficiente de dilatação real do líquido é
a soma do coeficiente de dilatação aparente do mesmo com o coeficiente
de dilatação volumétrica do recipiente.


Exemplo:


Uma proveta de vidro é preenchida completamente com 400 cm3
de um liquido a 20°C. O conjunto é aquecido até 220°C.
Há, então, um transbordamento de 40 cm3 do liquido.



É dado γVidro = 24 . 10-6 ºC-1


Calcule:


a) o coeficiente de dilatação volumétrica aparente doliquido (γap)


b) o coeficiente de dilatação volumétrica real do liquido (γreal)


SOLUÇÃO:


a) O transbordamento do líquido é sua dilatação
aparente: ΔVap =
40 cm3 .


Tem-se também a expressão Δt = 220 - 20 \ Δt = 200ºC


Da expressão da dilatação aparente de líquidos,
escreve-se:





Logo



b) Pela expressão γap + γvidro , tem-se: γ = 500 x 10-6 + 24 x 10-6 \ γ = 424 x 10-6 °C-1


RESPOSTAS:


a) γap = 500 x 10-6 °C-1


b) γ = 424 x 10-6 °C-1



O caso da água


A água é o líquido mais comum, no entanto, seu comportamento
em termos de dilatação térmica é uma verdadeira
exceção.




Gráfico I



Gráfico II



O gráfico I mostra esse comportamento: de 0°C até 4°C
o volume da água diminui com o aquecimento. Somente a partir de 4°C
é que, com o aquecimento, a água aumenta de volume (como acontece
aos demais líquidos).


O gráfico II descreve a variação da densidade d
da água com a temperatura. Como a densidade de um corpo é
a sua massa (m) dividida pelo seu volume (V), ou seja,
tem-se que a densidade da água é inversamente proporcional ao
seu volume durante a variação da temperatura, pois a massa permanece
constante.

Assim, de 0°C a 4°C a densidade da água aumenta com o aquecimento,
pois seu volume diminui; a partir de 4°C a densidade da água diminui
com o aquecimento, porque seu volume aumenta.


A densidade da água é máxima a 4°C e seu valor é 1,0 g/cm3. Em todas as outras temperaturas sua densidade é menor.


Obs:

Todos os coeficientes de dilatação, sejam α, β ou γ, têm como unidade: (temperatura)-1 == ºC-1

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