sábado, 24 de abril de 2010

Empirismo

John Locke: O principal filósofo empirista

O empirismo é uma teoria filosófica que defende o conhecimento da razão, da verdade e das idéias racionais através da experiência. Essa teoria muito desagrada os adeptos da teoria inatista que afirma termos em nossa mente desde o período extra-uterino princípios racionais e idéias verdadeiras.

O empirismo é descrito-caracterizado pelo conhecimento científico, a sabedoria é adquirida por percepções; pela origem das idéias por onde se percebe as coisas, independente de seus objetivos e significados; pela relação de causa-efeito por onde fixamos na mente o que é percebido atribuindo à percepção causas e efeitos; pela autonomia do sujeito que afirma a variação da consciência de acordo com cada momento; pela concepção da razão que não vê diferença entre o espírito e extensão, como propõe o Racionalismo e ainda pela matemática como linguagem que afirma a inexistência de hipóteses.

John Locke é considerado o principal figurante do empirismo. Com sua corrente, denominada Tabula Rasa, afirmou que as pessoas desconhecem tudo, mas que através de tentativas e erros aprendem e conquistam experiência. Sua corrente também originou o behaviorismo que busca o entendimento dos processos mentais internos do homem.

Outros filósofos estão associados ao empirismo como: Tomás de Aquino, Francis Bacon, Thomas Hobbes, George Berkeley, David Hume e Hohn Stuart Mill. Destes e Thomas Hobbes conseguiram influenciar uma geração de filósofos do Reino Unido com o empirismo no século XVII.

 Um dos grandes problemas enfrentados por filosofias empiristas da ciência diz respeito à natureza semântica dos conceitos e enunciados presentes nas teorias científicas bem sucedidas. Pois, considerando que empiristas em geral não admitem que aquilo que é designado pelo conceito e pelo enunciado possa extrapolar os limites da experiência sensível; e considerando, em segundo lugar, que também em geral os conceitos e enunciados científicos extrapolam tal âmbito fenomenalista; segue-se que concepções empiristas de ciência se revelam defeituosas no que diz respeito à apreciação filosófica dos conceitos e enunciados científicos.

Assim, ou empiristas devem se restringir a aceitar conceitos e enunciados que designem tão somente o que podemos observar (e com isso, na prática, abandonar de vez qualquer pretensão de compreender o conhecimento científico) ou deveriam então aceitar que os conceitos e os enunciados possam ser compreendidos como designações de ocorrências não diretamente experienciáveis, mas nem por isso menos reais ou significativos. Portanto tudo indica que o problema empirista da aceitação dos conceitos e enunciados científicos, na forma da disjunção acima, ou o conduz a não explicar adequadamente o conhecimento científico ou o conduz a deixar de ser um empirista. Diante deste problema, várias alternativas empiristas têm sido propostas ao longo da história do empirismo na filosofia da ciência: instrumentalismo; justificacionismo; naturalismo; construtivismo etc.

E cada uma delas possui seus méritos e problemas internos peculiares. Uma outra alternativa é o holismo: concepção segundo a qual os conceitos e enunciados científicos não podem ser apreciados como uma unidade semântica básica; ao invés, deve ser compreendido o papel que este conceito ocupa na rede teórica a partir do qual é formulado e proposto. Esta alternativa holística se apresenta como um instrumento teórico importante para os empiristas pois, por meio dele, é possível deslocar a discussão do significado do conceito e do enunciado para a discussão alternativa do papel do conceito e do enunciado no sistema como um todo. Com isso a disjunção antes apresentada – ou o conceito e o enunciado possui um significado ou não possui um significado – deixa de vigorar numa concepção holística, e deste modo os empiristas podem se capacitar a apresentar teorias da ciência que não estejam limitadas a princípios fenomenalistas.

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