segunda-feira, 5 de abril de 2010

Coesão e Coerência

Texto de Apoio
Objetivo geral:
Basicamente, ser coerente é não cair em contradição. Na escrita, há meios para se ligar coerentemente os fatos em benefício da harmonia entre as idéias. É isso que os exercícios que propomos pretendem abarcar. São exercícios que levam em conta elementos-chave para garantir a coerência de um texto: conhecimento compartilhado, elementos textuais, elementos do contexto de enunciação, etc.

    Não é novidade para ninguém: é incoerente (ou parece ser) uma pessoa declarar que detesta jogar futebol e sempre convidar os amigos para uma pelada. Seria coerente, se tal pessoa não gosta de futebol, não convidar seus amigos para jogar bola. É incoerente alguém dizer que devemos ser humildes e essa mesma pessoa ser orgulhosa.
    Assim é que a coerência pode ser entendida como o fenômeno da harmonia entre as idéias, opiniões. Ou, dito de outra forma, seria um princípio de não contradição. (Se alguém segue uma linha de pensamento, sem sair dela, essa pessoa é coerente; já se esta pessoa não agir conforme suas opiniões, isto parece ser incoerente).

    Veja se são coerentes ou incoerentes os pares de fatos relacionados abaixo:
    1) gostar de casa arrumada X deixar tudo espalhado
    2) gostar de viajar X ficar sempre em casa nas férias
    3) considerar que escola é necessário à educação X pôr os filhos na escola
    4) ser contra comida enlatada X só comprar ervilha diretamente da horta

    Se analisarmos bem o par número 2, incoerente à primeira vista, poderemos facilmente imaginar uma situação na qual a pessoa que goste de viajar não o faça por falta de recursos. Nesse caso, gostar de viajar e ficar em casa durante as férias não se caracterizam como situações que, postas lado a lado, geram incoerência. A incoerência existiria se a pessoa ficasse em casa nas férias porque gosta de viajar...
     Perceberemos a coerência entre as duas situações do par de número 2 se conhecermos a situação da pessoa que, por falta de recursos, não viaja. Outro modo de percebermos a coerência é através da expressão clara da ligação entre as duas situações, que pode se dar por uma palavrinha, a conjunção mas:

    Luiz gosta de viajar mas fica sempre em casa nas férias.
    Ou, explicitando melhor,
    Luiz gosta de viajar mas, fica sempre em casa nas férias, porque não tem dinheiro para viajar.
    Pronto: acabou-se a incoerência.
   
    Em nosso cotidiano, por vezes, precisamos explicitar as ligações entre fatos, para que os outros percebam que não somos incoerentes. Assim, não é raro usarmos frases como:
   
    Gosto dela, mas vou dar o fora.
    Não vou tomar sorvete, embora goste, porque estou de regime.
    É bonito ter cabelo comprido, mas uso curto porque não tenho tempo para cuidar.
    Precisamos de mais um quarto, mas não vamos construí-lo agora porque o dinheiro está curto.
    É mais rápido ir de moto para o trabalho, mas eu prefiro ir de ônibus porque o trânsito está muito perigoso.
    Torço para o Flamengo, mas quero que o Vasco ganhe porque não agüento mais a choradeira lá em casa.
   
    Se a pessoa com quem falamos sabe que estamos de regime, não é preciso dizer a ela que gostamos de sorvete e lhe explicar que estamos de regime. Basta dizer: “Não vou tomar sorvete”. Se a pessoa sabe que preferimos ir de moto por ser mais rápido, não é preciso fazer a afirmação “É mais rápido ir de moto para o trabalho”, ao lhe informar que não estamos usando a moto para ir até o local de trabalho.

    O que percebemos, então?
    Percebemos que há situações de interlocução nas quais não precisamos explicitar tudo mas, que há outras nas quais, para não parecermos ilógicos, incoerentes, loucos até, temos necessidade de explicar mais. Se pensarmos na situação do sorvete, temos necessidade de explicar que não tomar sorvete não decorre de gostar muito de sorvete; ao contrário, não tomar sorvete é uma decisão tomada apesar de se gostar muito de sorvete.
     A noção de coerência, de harmonia entre idéias e fatos, e a noção daí decorrente, que é a de coesão, de ligação entre os fatos, foram consideradas por nós como fundamentais para o bom uso da língua, ao falarmos, conversarmos, escrevermos ou lermos. É verdade que há momentos em que o falante pode querer deixar uma ambigüidade no ar, pode querer provocar um efeito cômico, pode não precisar explicitar a coerência porque a situação já fala por si. Entretanto, se o falante de fato não explicitar a ligação entre os fatos, isso deverá ser por sua opção, e não por falta de conhecimento.
     Assim, ao que parece, o que se denomina “coesão” seria aquilo que tenta explicitar a coerência, quando ela, em um texto, não pode ser facilmente depreendida. Desta forma, nos textos, os conectivos, que são alguns dos agentes de coesão, representariam a tentativa de explicitação da coerência.
     Propomos atividades para essa competência que dêem conta dos vários momentos de construção de um sentido por quem escreve e por quem lê, desde questões mais pontuais, como as que enfocam o uso de conectivos (atividades 2, 7 e 11); de retomadas, de anáforas, de modos de iniciar e de concluir um certo gênero de escrita (atividade 8); de ordem das idéias e da pontuação na língua escrita (atividade 9), até questões mais gerais sobre a coerência advinda de informações compartilhadas pelos interlocutores (atividades 3 e 4) ou advinda do contexto de situação (atividade 5). Também não ficaram de fora exercícios sobre o uso (e o não-uso) criativo dos conectivos (atividade 6); sobre coerência interna a um texto (atividades 12 e 13); e sobre a coerência construída dentro do universo de um texto (atividades 1 e 10).



Atividades de fixação:
 

1.
    “ Diário de um Louco”
    Era noite e o sol raiava no horizonte. Estava eu andando parado e sentado numa pedra de algodão.
    Longe dali e bem perto, havia um bosque sem árvores, onde os passarinhos pastavam, vacas pulavam de galho em galho e os elefantes tomavam sol à sombra de um pé de alface. Mais à direita, seguindo pela esquerda, havia um lago com solo pedregoso, no qual os peixinhos nadavam e aos poucos morriam afogados.
    Resolvi voltar pra casa e entrei pela porta da frente, que ficava nos fundos. Entrei sem sair do meu quarto, onde deitei o paletó na cama e pendurei-o no cabide. Passei a noite em claro pois esqueci a luz acesa.
    Almocei no banheiro e, assim que terminei o almoço, senti um gosto horrível na boca, e concluí que havia almoçado um guardanapo e limpado a boca com o bife.
    Fui rápido e vagarosamente para o jardim onde, na falta de flores, substituí-as por canetas bic e encontrei um papel em branco onde estava escrito (...)

Autor Anônimo
a) O trecho transcrito acima pode provocar risos no leitor. A que se deve esse efeito cômico do texto?
b) Comente sua resposta buscando elementos do próprio texto que justifiquem sua explicação.




2.
Uma pessoa está sendo acusada de homicídio. Ao ser presa, faz a seguinte declaração:
“Podem acusar-me: estou com a consciência tranqüila”.
Os dois pontos poderiam ser substituídos por uma conjunção, o que foi feito nas frases abaixo. Selecione aquelas que você acha que fazem sentido, levando em consideração o contexto em que ela foi dita e tentando justificar suas escolhas.
a) Podem acusar-me, porque estou com a consciência tranqüila.
b) Podem acusar-me, mas estou com a consciência tranqüila.
c) Podem acusar-me, portanto estou com a consciência tranqüila.
d) Podem acusar-me, e estou com a consciência tranqüila.

e) Podem acusar-me, ou estou com a consciência tranqüila.



3.
Oi Dinho!
Tudo bem? Como está aí, já se acostumou? Estou com saudades. Não te mandei nada por e-mail porque estou sem internet, mas assim que der eu mando algo, viu? E aí, estudando muito? Aqui tá bem puxado, mas estou amando o curso. Estou tendo muitos trabalhos para fazer, mas os resultados têm me deixado feliz! Cada vez tenho mais certeza de que era este o meu “destino”.
E os três reis magos? Ainda se falam? Eu fiquei sabendo de cada história das férias... é verdade o que falaram sobre a barraquinha de churros? Olhe lá, hein!
Pode ter certeza de que todos aqui estão sentindo tua falta... Você vem pra cá no feriado? Se vier nos avise para podermos nos ver. Agora que você e a Nica foram embora, sobraram poucas pessoas para bater um papo um pouco mais interessante... Só consigo isto com o Juan e com o Roger. Pois é, eu continuo com o cara dos três sax e estamos nos dando super bem!
Falando da Nica, ela foi chamada na federal, mas resolveu ficar mesmo. Ela já está instalada lá, trabalhando, fazendo música. Além disso, os pais dela não querem ela aqui. Ligue para ela qualquer dia!
Você não sabe o que me aconteceu ontem! Eu caí de bicicleta naquela avenida em frente a minha casa, aquela que tem uma cratera gigantesca e cheia de ônibus! Ainda bem que eu caí na calçada e só ralei o joelho e as mãos.

Bom, eu vou parando por aqui... Vê se não esquece das amizades, OK?
Beijos da amiga,
Jana
a) Ao ler esta carta, você pode ter sentido algumas dificuldades para compreendê-la. A que se devem essas dificuldades?
b) Você acha que Dinho, o destinatário da carta, compartilha das mesmas dificuldades de leitura que você? Por quê?
c) Pode-se observar que, no trecho em destaque, há um problema de ambigüidade. Qual é essa ambigüidade e de que modo o trecho poderia ser reescrito a fim de sanar esse problema?




4.
Leia os dois trechos abaixo e depois responda às questões que se seguem:
Trecho 1
A: Oi! (A filha entra no escritório do pai e o cumprimenta)
B: Cadê o pacote? (O pai falando ao telefone) Oi! Tudo bem?(O pai respondendo à filha)
A: Ocupado?(A filha perguntando ao pai)
B: Como assim, sumiu? (O pai falando ao telefone) Claro que não, querida! (O pai respondendo à filha)
A: Vou esperar aqui. (A filha falando com o pai)
B: Vocês são todos incompetentes! (O pai falando o telefone) É só um minutinho, minha pequena. (O pai falando com a filha)
Trecho 2
A: Olha o telefone.
B: Estou no banho.
A: Está bem.
a) Quando o diálogo transcrito no trecho 1 aconteceu, o que está escrito entre parênteses não foi dito pelos interlocutores. Leia novamente o trecho em questão, sem os textos entre parênteses, e responda: Você acha que o diálogo fez sentido para os interlocutores no momento da enunciação? E para você, o diálogo faz sentido? Para o seu entendimento, o que está entre parênteses cumpriu alguma função? Por quê? Comente suas respostas.
b) O trecho 2 está escrito exatamente como ocorreu entre os interlocutores C e D no momento da enunciação. Elabore uma situação em que tal diálogo pudesse ter ocorrido.


Observações:
Este exercício tenta mostrar que determinados textos podem tornar-se incoerentes se o contexto em que a enunciação ocorreu não for recuperado. O caso de um diálogo transcrito é o mais elucidativo destes casos, pois a interação entre as duas pessoas em questão é bastante relevante para a coerência da enunciação. No caso deste exercício, o trecho 2 pode ser facilmente compreendido por qualquer leitor, visto que se trata de algo cotidiano e comum à vida de muitas pessoas. Se a situação não fosse tão comum, se o assunto da conversa fosse de conhecimento restrito aos interlocutores ou se o momento da enunciação fosse muito peculiar, como é o caso do trecho 1, a recuperação do contexto seria muito mais difícil.
 

5.
Observe o diálogo abaixo:
A: Está chovendo muito!
B: Então vou sair de casa.
a) À primeira vista, a fala de B é incoerente com o que tinha dito A. Por quê?
b) Podemos imaginar, no entanto, uma situação, um contexto, no qual esse diálogo ganhe coerência. Crie esse contexto para que o diálogo acima seja coerente. 





6.
Texto I
A PESCA
(Affonso Romano de Sant'Anna )

O anil
o anzol
o azul

o silêncio
o tempo
o peixe

a agulha
vertical
mergulha

a água
a linha
a espuma

o tempo
o peixe
o silêncio

a garganta
a âncora
o peixe

a boca
o arranco
o rasgão

aberta a água
aberta a chaga
aberto o anzo

aquelíneo
agil-claro
estabanado

o peixe
a areia
o sol
Texto II
SERENATA SINTÉTICA
(Cassiano Ricardo)
rua
torta

lua
morta
tua
porta

a) Apesar de o texto I parecer uma mera “lista” ou “amontoado” de palavras, podemos atribuir um sentido a ele. Construa um pequeno texto narrando a história que se pode perceber nele.
b) O texto II fala em serenata. Quais são os elementos que você conhece para se fazer uma serenata?
c) O que sugere a distribuição dos versos e das estrofes?
d) O texto II diz que a rua é torta, que a lua é morta. Escreva um pequeno texto que conte a história dessa serenata. 




7. Os parágrafos abaixo estão confusos porque estão embaralhados. Tente organizá-los, buscando fazer com que, juntos, façam sentido.
    Apelo
    E comecei a sentir falta das pequenas brigas por causa do tempero na salada – o meu jeito de querer bem. Acaso é saudade, Senhora? Às suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcharam. Não tenho o botão na camisa, calço a meia furada. Que fim levou o saca-rolhas? Nenhum de nós sabe, sem a Senhora, conversar com os outros: bocas raivosas mastigando. Venha para casa, Senhora, por favor.
    Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notícia de sua perda veio aos poucos: a pilha de jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo da escada. Toda a casa era um corredor deserto, e até o canário ficou mudo. Para não dar parte de fraco, ah!, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite eles se iam e eu ficava só, sem o perdão de sua presença e todas as aflições do dia, como a última luz na varanda.
    Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, para dizer a verdade, não senti falta, com chegar tarde, esquecido na conversa de esquina. Não foi ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, a prato na mesa por engano, a imagem de relance no espelho.
Dalton TREVISAN, Os desastres do amor,
Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1968.


a) Quais foram os principais elementos que fizeram com que você escolhesse essa ordem dos parágrafos?
b) Quem é a Senhora a quem o narrador se refere? O que aconteceu com ela? Explique como você chegou a essa conclusão.
c)
Você não conhece nem a Senhora nem o narrador do texto. Apesar disso, depois de organizar os parágrafos, deve ter conseguido compreender certas particularidades da vida dos dois, mesmo sendo um desconhecido para eles. Como isto foi possível? Cite algumas atitudes que o narrador e a Senhora costumavam ter que ajudaram você a entender como era a vida dos dois.




8. Leia o seguinte poema:
Não te amo mais
Estarei mentindo dizendo que
Ainda te amo como sempre quis
Tenho certeza que
Nada foi em vão
Sinto dentro de mim que
Você não significa nada
Não poderia dizer jamais que
Alimento um grande amor
Sinto cada vez mais que
Já te esqueci!
E jamais usarei a frase
Eu te amo!
Sinto, mas tenho que dizer a verdade
É tarde demais...
Anônimo

a) Leia o poema novamente mas agora faça-o do final para o início.
b) O que você pôde perceber de alteração quanto ao sentido do poema?
c) Crie um título adequado ao poema da forma como ele foi apresentado.
d) Crie outro título para o poema lido da outra forma.



9.
INUTILIDADES
Ninguém coça as costas da cadeira.
Ninguém chupa a manga da camisa.
O piano jamais abana a cauda.
Tem asa, porém, não voa, a xícara.

De que serve o pé da mesa se não anda?
E a boca da calça se não fala nunca?
Nem sempre o botão está na sua casa.
O dente de alho não morde cousa alguma

Ah! Se trotassem os cavalos do motor...
Ah! Se fosse do circo o macaco do carro...
Então a menina dos olhos comeria
Até bolo esportivo e bala de revólver.

PAES, José Paulo. É isso ali.
Rio de Janeiro, Salamandra, 1984


1) O poema acima é todo constituído por trocadilhos:
   - a)
Como são feitos esses trocadilhos?

    - b) Encontre três exemplos e explique-os.
    - c) Com que outros objetos ou situações o autor poderia ter feito esse jogo de palavras? Cite alguns exemplos.

2)
Observe a mudança no seguinte verso do poema: " Tem asa, portanto, não voa."
   - a)
Essa alteração faz com que o verso continue coerente? Por quê?

    - b) Substitua a palavra “porém”, do verso original, por alguma outra que tenha o mesmo significado.



10. As frases a seguir compunham, antes de terem sido isoladas e embaralhadas, um parágrafo coeso e coerente . Reescreva esse parágrafo, utilizando as frases em questão e os conectivos dados. (parágrafo adaptado de “O Livro da Sabedoria”, Dalai-Lama, p. 106)
enquanto / no momento em que / enfim / mas no fundo / é claro que
a) ... com esse tipo de amizade, ninguém fará um esforço sincero para nos ajudar se precisarmos. Essa é a realidade
b) ... nossa sorte diminuir, porém, elas já não estarão mais por perto.
c) ... esses não são verdadeiros amigos; são amigos da nossa fortuna ou do nosso poder. Graças ao nosso poder ou fortuna, mais pessoas nos abordam com sorrisos ou presentes.
d) Uma verdadeira amizade desenvolve-se a partir do afeto humano, não do dinheiro ou do poder.
e) ... perdurar a fortuna, essas pessoas continuarão a abordar-nos com freqüência. 


11.
Quando construímos um personagem em uma história, damos a ele características que os leitores usarão para construir-lhe uma imagem. De acordo com o que é dito, o leitor cria expectativas quanto a atitudes prováveis que este personagem pode tomar. Se dizemos, por exemplo, que "alguém é uma pessoa bem humorada", e depois dizemos que "ela estava ranzinza como sempre", o leitor irá estranhar, pois haverá uma incoerência dentro do texto. Mas se explicarmos: "tal pessoa era uma pessoa bem humorada e de bem com a vida, um dia sua mulher o largou, a partir de então se tornou uma pessoa ranzinza" -, a incoerência se desfaz, pois é dada uma explicação para a mudança.
A partir dessa noção, escolha uma das situações apresentadas abaixo e conte uma história com ela, tomando o cuidado de escrever um texto coerente.
Vilma e Ângela são muito amigas.
Vilma não quis ir à casa de Margarida porque Ângela estaria lá.
Ou:
Pedro odiava cães.
Pedro resolve abrir um canil de cães de raça.
Ou:
Gilson era uma pessoa muito honesta.
Gilson falsifica documentos.
Ou:
Guilherme gostava muito de estudar.
Guilherme parou de estudar aos 12 anos.

Observações:
Esta atividade pode também servir como incentivo para a produção de narrativas mais longas.
 


12.
    A Televisão e a Sociedade
    É evidente que a televisão é uma realidade no cotidiano de inúmeras sociedades. Não há dúvida, também, de que este meio de comunicação leva as pessoas a serem bem informadas e instruídas. É um fato que uma boa parte do nosso conhecimento vem da televisão. São inúmeros, por exemplo, os programas televisivos educativos, que falam sobre a natureza, sobre a saúde, sobre as artes, etc.
    Ela pode ser igualmente considerada como um instrumento de cultura e de lazer. Ou seja, permite que o homem conheça lugares que, muitas vezes, não terá a oportunidade de conhecer pessoalmente; dá acesso a espetáculos, como peças de teatro, filmes ou apresentações musicais; apresenta histórias, debates e curiosidades sobre os mais variados assuntos. Enfim, cabe ao espectador escolher de que forma ele irá se entreter ou de que forma ele irá aprender.
    A TV, como a vemos hoje em dia, acaba menosprezando o espectador. Há uma quantidade enorme de informações provenientes da televisão, e estas informações podem ser extremamente superficiais e manipuladoras. Muitos programas televisivos transmitem as informações de maneira que faça com que o espectador seja influenciado e aceite tudo passivamente. Assim, informações que possam ser contraditórias são omitidas. Grandes reportagens, por exemplo, podem ser constituídas de montagens, com corte de imagens ou deturpação de falas.
    Outro aspecto negativo da televisão atual é a baixa qualidade de conteúdo. A televisão pode contribuir para que o homem adquira conhecimento. Se levarmos em consideração a programação de um canal televisivo durante um dia, veremos que o número de programas que têm um bom conteúdo e que são realmente interessantes é muito menor do que o número de programas que têm como objetivo apenas "distrair" o espectador por algumas horas, subestimando-o. É possível dizer que a televisão, atualmente, é o meio de comunicação com maior repercussão na sociedade, por isso, deixa muito a desejar.
a) O texto acima pode ser considerado incoerente. Por quê?
b) Não excluindo nenhum dos argumentos, faça modificações que tornem o texto coerente. Podem ser acrescentados alguns elementos (de ligação, de restrição, etc.); a ordem dos argumentos pode também ser modificada.



 




 


Nenhum comentário:

Postar um comentário